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Cresce entre dentistas uso de equipamento para monitorar distúrbio do sono dos pacientes durante a pandemia.
Dentistas usam a solução da Biologix para medir a saturação do oxigênio em pacientes que sofrem com ronco e apneia.

Desde o início da quarentena imposta pela pandemia de Covid-19, têm crescido no Brasil os relatos de quadros de ansiedade e distúrbios do sono. Essa preocupação com a qualidade do sono está levando não só médicos, mas muitos dentistas a recorrerem ao monitoramento digital por oxímetro para avaliar e acompanhar o tratamento de casos de ronco e apneia obstrutiva do sono.

Essa constatação é da startup Biologix, que desenvolveu uma tecnologia exclusiva para estudos de distúrbios do sono, especificamente o ronco e a apneia do sono. Entre maio e junho, houve um aumento de 50% na procura por parte de dentistas pela solução desenvolvida pela Biologix. É comum esses profissionais ouvirem em seus consultórios relatos de pessoas que não conseguem dormir bem, normalmente relacionado a casos de ‘bruxismo’ ou de dores na ATM (Articulação Temporomandibular), mas que também em muitos casos sofrem com o ronco e apneia do sono.

O sistema Biologix oferece uma plataforma online, ou seja, um monitoramento digital que permite que profissionais de saúde forneçam a seus pacientes um exame do sono simplificado, de baixo custo e que pode ser feito no conforto de casa.  A solução baseia-se em um sensor sem fio  – um oxímetro – e um aplicativo, que serão usados pelo paciente e conectado via Bluetooth com a central em nuvem, todos criados pela Biologix. Esse sensor é colocado no dedo e fixado com uma fita para garantir que não solte. Além disso, o dentista terá à sua disposição o diagnóstico do exame feito pela Biologix.

Em webinar promovido pela Biologix, o professor doutor em Odontologia do Sono Walter Silva Júnior comentou sobre como o dentista pode atuar para ajudar o paciente a detectar esse tipo de distúrbio de sono, já que às vezes a pessoa apresenta os efeitos da apneia, quando não há qualidade de sono, mas não sabe que possui esse problema.

Um estudo da revista científica Lancet apontou que o Brasil tem 49 milhões de pessoas com distúrbios do sono. Devido à carência de aparelhos para realizar a polissonografia, exame específico para diagnosticar apneia e ronco, estima-se que levaria um tempo de quase 50 anos para que todos os potenciais pacientes fossem identificados.

Walter Silva Jr. explicou que por essa razão a oximetria pode ser uma grande aliada da odontologia do sono. Há casos em que o tratamento pode ser recomendado pelo próprio dentista, com a indicação, por exemplo, dos aparelhos intraorais (placas odontológicas), similares às usadas no tratamento de ‘bruxismo’. Ou então, o dentista pode encaminhar o paciente para outros profissionais de saúde.

O professor lembrou ainda que pessoas com distúrbios do sono podem sofrer uma série de efeitos, como ganho de peso, alteração do humor, doença de refluxo associado, entre outros, por isso é fundamental tratar a causa.

O dentista tem um papel muito importante na área do sono, que é o de investigar, tratar, monitorar, orientar e encaminhar pacientes que sofram com dificuldade para dormir ou ter boa qualidade do sono”, explicou.

Sobre a Biologix

A Biologix é uma startup brasileira, fundada em 2015 e com sede em São Paulo. A empresa foi criada com o objetivo de revolucionar o diagnóstico do ronco e apneia obstrutiva do sono (AOS), a fim de reforçar a importância e o impacto da apneia na qualidade de vida da população. Por meio de uma solução ligada a um aplicativo no celular, eles têm ampliado o número de exames em pacientes, que obtém o seu diagnostico rápido, sem sair de casa.

Com a criação aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o oxímetro da Biologix detecta quantos eventos de queda de oxigenação ocorreram por hora e envia, por meio de Bluetooth, ao aplicativo instalado no smartphone do paciente, dispensando a necessidade de fios. Devido ao uso da transmissão via Bluetooth, a empresa conta também com aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Além disso, já passou por um processo de validação no Instituto do Coração (InCor).

A apneia é caracterizada por paradas respiratórias durante o sono causadas por interrupções das vias aéreas superiores, normalmente acompanhada de ronco alto e frequente e redução da saturação de oxigênio no sangue. De acordo com dados do EPISONO, projeto de pesquisa único no mundo, realizado pelo Instituto do Sono para verificar a qualidade do sono da população da cidade de São Paulo, 42% dos paulistanos roncam e 33% são portadores de apneia.

“Uma queda de 3% do nível de oxigenação sanguínea já indica a ocorrência de apneia. Nos casos mais graves, a oxigenação chega a cair 25%. E isso várias vezes por noite. As repetidas pausas na respiração levam à diminuição do fluxo de oxigênio para o coração e o cérebro, o que aumenta a pressão arterial e pulmonar, desencadeia processos inflamatórios (que podem dar início a doenças) e eleva o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral e infarto)”, explica o engenheiro eletrônico e fundador da Biologix, Tácito de Almeida, que acredita e defende a praticidade do modelo atual.

“A polissonografia exige que o paciente durma uma noite em clínica ou hospital com vários eletrodos presos ao corpo. Um exame desconfortável e difícil agendamento até por conta da rotina das pessoas. Por isso, nós criamos essa metodologia, que leva o exame para a casa do paciente”, diz Almeida.

Os fundadores da empresa são o engenheiro elétrico, Tácito de Almeida, e o médico Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista pela FMUSP, doutorado pela FMUSP, pós-doutorado medicina do sono pela Universidade de Toronto, Livre Docência em pneumologia e medicina do sono, diretor do laboratório do sono do InCor e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono.

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