O Journal of Dental Sleep Medicine (JDSM), revista oficial da American Academy of Dental Sleep Medicine (AADSM) fez 3 perguntas aos mais de 3.000 dentistas associados. Foram selecionadas as respostas de 5 associados por critérios do JDSM que abrangem participação em eventos, tempo de atuação clínica, titulação, dentre outros. Tive a honra de ter sido escolhido a contribuir com o paper.
A postagem de hoje traz um resumo sobre a primeira questão.
COMO VOCÊ DISCUTE A TRIAGEM PARA A SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS) COM SEUS PACIENTES?
A prevalência da SAOS é gigantesca em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, há mais apneicos (32.8%) * que hipertensos (24.5%) e diabéticos (7.4%)**, doenças sempre evidenciadas, altamente diagnosticadas e muito presentes em indivíduos com SAOS. Mesmo assim, os pacientes são pouco investigados em relação ao sono. O diagnóstico obtido por polissonografia é o recomendado. Porém há poucos centros especializados no país e seu custo é elevado. A oximetria digital é excelente ferramenta de triagem, identificação e diagnóstico (para casos selecionados).
As respostas apontaram para interessantes dicas. Avaliar a presença de comorbidades, como as acima descritas, já acende a luz para uma avaliação do sono. Presença de bruxismo, dor orofacial, dor de cabeça matinal, noctúria, doença do refluxo, além do ronco e paradas respiratórias relatadas por quem dorme ao lado se tornam indicativos da presença de eventos obstrutivos. Com esses dados, uma ampla explanação é feita aos pacientes mostrando ser relevante uma análise mais aprofundada.
Em minha abordagem destaquei que aplico questionários específicos para todos os pacientes. Esses documentos são preenchidos antes de entrar para a consulta. Durante a avaliação, pergunto se acorda descansado após uma noite normal de sono ou se já disseram que ronca. Reúno o escore dos questionários com as respostas dessas 2 questões e, se houver indícios, sugiro uma oximetria. O diagnóstico é então complementado por uma polissonografia tipo 1 ou 3, a depender do perfil de propensão à doença.
O “tato psicológico” é também muito importante. Forçar o paciente a realizar o exame, fazer ameaças ou cobranças podem espantar o suspeito. Por outro lado, mostrar preocupação com sua saúde, descrever os riscos e danos da SAOS não-tratada, apontar a melhora na qualidade de vida e os benefícios da prevenção no surgimento de outras doenças despertam interesse na investigação e tratamento.
As outras questões serão discutidas em publicações posteriores.
Perspectives on communicating with patients.
Special Article 1.
J Dent Sleep Med. 2021;8(1).
*Obstructive Sleep Apnea Syndrome in the Sao Paulo Epidemiologic Sleep Study
Sergio Tufik et al.
Sleep Medicine 11 (2010) 441–446
** Fonte: Pesquisa VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) realizada em 2019 pelo Ministério da Saúde.
Referência: https://aadsm.org/journal/special_article_1_issue_81.php
Por Dr. Walter Silva Júnior
Dentista do Sono certificado pela American Board of Dental Sleep Medicine
Doutor em Sono pelo HRAC USP/Bauru
Site: http://www.institutowaltersilva.com.br/
Instagram: @walter_silva_odontologiadosono
A Biologix oferece uma plataforma online que permite que profissionais de saúde ofereçam a seus pacientes um exame de apneia do sono simplificado e de baixo custo. A solução é baseada em sensores vestíveis, aplicativos e computação na nuvem.
É de extrema importância o diagnóstico da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) utilizando a polissonografia como método. Uma opção é o Exame do Sono Biologix, uma polissonografia tipo IV, um exame para se fazer em casa, simples, prático e eficaz, sem a necessidade de dormir em um laboratório do sono.
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