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Apneia obstrutiva do sono (AOS) além dos fatores anatômicos: fenótipos envolvidos
Os principais endótipos em pacientes apneicos

As causas mais comuns da AOS envolvem características anatômicas como o perfil facial tipo 2 e arcadas atrésicas e ganho de peso. Consumo de álcool e tabaco, medicamentos relaxantes, hipotireoidismo, menopausa, doença do refluxo, dentre outros, também contribuem para a gênese da doença.

Além do exposto acima, determinantes individuais (endótipos) levam à expressão clínica de diferentes  características. Esses fenótipos podem ser causadores ou perpetuadores da AOS e, muitas vezes, não são contemplados pela polissonografia. Maior colapsabilidade faríngea, reduzida compensação dos músculos dilatadores e resposta ventilatória acentuada são alguns exemplos.

O artigo de hoje traz qual a prevalência dos principais endótipos em pacientes apneicos.

Os autores acompanharam 1.971 participantes que foram divididos em grupos:

 – Obesos (11 a 21x maior risco para AOS): elevado loop gain (resposta ventilatória) e aumento da quimio-sensibilidade, fator que favorece a AOS;

– Idade (2 a 8x maior risco para a AOS em pacientes mais velhos): aumento da colapsabilidade faríngea e do loop gain

– Gênero (2 a 5x maior risco para a AOS nos homens):deficit na compensação dos músculos dilatadores favorecendo à obstrução

O estudo destacou ainda que os chineses (e seus descendentes) tem alto risco para AOS por conta da elevada colapsabilidade e anatomia facial desfavorável.

Em nossa prática clinica, de certa forma, ainda ficamos um pouco reféns desses fenótipos pois só são diagnosticados em exames de polissonografia específicos para pesquisa (não nos que recebemos).

Entretanto, a somatória de diversos dados da polissono com anamnese e características clínicas ajudam substancialmente no desfecho positivo da terapia.

Uma nova variável, a Carga Hipóxica, está disponível para agregar informações sobre a gravidade das dessaturações. Essa métrica, segundo os estudos, têm se mostrado mais preditiva para problemas cardiovasculares que o IAH.

Outra importante ação é a combinação terapêutica; associar exercícios fonoterápicos específicos à terapia com Aparelho Intraoral (AIO) eleva bastante as chances de sucesso, especialmente nos casos de ronco residual. A terapia miofuncional irá reduzir o colabamento muscular que ocorre durante o sono, melhorando ainda o posicionamento da língua e priorizando a respiração nasal.

Existem ainda outras abordagens combinadas como perda de peso, faixa posicional, dilatadores nasais, seladores labiais, etc. A análise de cada caso mostrará quais as necessidades individuais a serem adotadas.

Pathophysiology Underlying Demographic and Obesity Determinants of Sleep Apnea Severity Scott A. Sands et al.

AnnalsATS Volume 20 Number 3 march 2023

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