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O que os movimentos mandibulares (MM) durante o sono podem indicar?
Estudo acerca das características dos movimentos mandibulares durante o sono busca ampliar o diagnóstico da apneia do sono

mulher rangendo os dentes durante o sono

Muitas pesquisas estão sendo feitas para ampliar o diagnóstico da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS). Grupos espalhados por todo o mundo, com pesquisadores altamente capacitados, não se cansam de buscar opções confiáveis e que permitam acesso a um número maior de pessoas, haja vista a enorme prevalência da AOS.

Um dos estudos mais bem feitos, vastamente citado, foi o realizado em São Paulo em 2010 sob a coordenação do Dr. Sergio Tufik (mundialmente um dos mais reconhecidos pesquisadores da área do sono). Numa amostra de mais de 1.000 participantes submetidos à polissonografia, cerca de 33%, ou seja 1 a cada 3, tinham AOS. Alguns anos depois, estudo parecido foi feito na Suíça onde a prevalência foi ainda maior.

Entretanto, como já postado em outras publicações, a polisomnografía é um exame pouco ofertado e complexo. Mesmo nas grandes cidades, o número de equipamentos de diagnóstico é pequeno para cobrir os pacientes suspeitos. Cidades menores, geralmente, não têm o serviço, fazendo com que o paciente tenha que se deslocar, muitas vezes, grandes distâncias. Outro detalhe é o custo: por ser extremamente rico em detalhes, laudar requer análise detalhada de técnico e médico especialistas em aproximadamente 700 páginas por exame. 

Ainda tem o viés de o exame ser feito em uma só noite. Estudos destacam que a variabilidade entre as noites chega a modificar a gravidade da AOS em 30% (para mais ou para menos). Assim, utilizar métodos validados que permitam analisar mais noites consecutivas reduz esse risco. 

A postagem de hoje traz um interessante estudo acerca das características dos MM durante o sono. 

A mandíbula tem papel fundamental na prevenção da obstrução faríngea. Durante o sono normal (sem a presença do bruxismo) executa movimentos fisiológicos de baixa amplitude; em situações ideais, a respiração é nasal com a boca fechada a maior parte do tempo.

A patência das vias aéreas depende de um delicado balanço onde a mandíbula age como uma alavanca para estabilizar e reforçar a tonicidade da faringe. Esse processo, por sua vez, recruta motoneurônios trigeminais que auxiliam na redução da pressão negativa inspiratória. Além disso, quando anteriorizada, traz a língua junto reduzindo o fechamento das vias aéreas.

Por meio de um sensor colocado no queixo durante a polissonografia, os autores observaram o sinal emitido pelo MM em diversas situações: sono normal, ronco, redução de fluxo, obstrução total e parcial.

De acordo com os achados preliminares, o sinal permitirá mostrar a presença da AOS, diferenciar com mais segurança as obstrutivas das centrais (com destaque para as hipopneias) e determinar qual fase do sono.

Esse método também agrega facilidade para ser repetido várias noites, custo baixo e poderá ser ofertado em qualquer localidade.

No entanto, os autores destacam que os resultados são iniciais e que estudos mais robustos precisam ser feitos.

Boas novas vindo por aí! Seguimos acompanhando a evolução das pesquisas.

Somar conhecimentos com novas tendências propicia melhores desfechos.

Parafraseando Belchior, “o novo sempre vem”.


Por Dr. Walter Silva Júnior
Dentista do Sono certificado pela American Board of Dental Sleep Medicine
Doutor em Sono pelo HRAC USP/Bauru
Site: http://www.institutowaltersilva.com.br/
Instagram: @walter_silva_odontologiadosono

FONTE: Insights on mandibular jaw movements during polysomnography in obstructive sleep apnea.
Malhotra A, Martinot JB, Pepin JL.
J Clin Sleep Med. 2024;20(1):151–163.

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O Exame do Sono Biologix® é uma polissonografia remota com canais de saturação de O2, frequência cardíaca, actimetria e ronco (usando o microfone do celular).

Desenvolvido para ser feito em casa, por ser simples e fácil de realizar, este exame é utilizado por profissionais da saúde para diagnóstico e acompanhamento de tratamento da apneia do sono.  Na hora de dormir, basta colocar o sensor no dedo e iniciar o exame no App Biologix. Ao acordar e clicar em concluir exame, imediatamente, o resultado estará disponível no portal de exames.

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